Nome: Realcino Lima Filho
O Início
Natural de Porto Alegre, onde nasceu em 1947, Realcino Lima Filho, o Nenê, começou aos 12 anos a tocar acordeon, seu primeiro instrumento. Autodidata, com 14 anos já tocava bateria profissionalmente.
Grupo de Baile Serenaders com Nenê ao Acordeon.
Aos 19 anos se muda para São Paulo e entra para o histórico “Quarteto Novo”, primeiro grupo de Hermeto Paschoal. Daí pra frente, sua carreira foi marcada pelo trabalho ao lado de nomes como Elis Regina, César Camargo Mariano, Edu Lobo, Milton Nascimento, Egberto Gismonti e muitos outros.
Década de 70
Participa de discos antológicos como Falso Brilhante ao lado de Elis Regina em 1976, e Clube da Esquina 2, com Milton Nascimento.
Em 1978 volta ao grupo de Hermeto Paschoal, durante dois anos como baterista, percussionista e compositor. Em 1979 grava os discos Zabumbê-Bum-Á e Ao Vivo em Montreaux, e realiza uma turnê mundial com o grupo de Hermeto.
Nenê na bateria (ao fundo) em sessão de gravação do disco “Clube da Esquina 2” de Milton Nascimento.
Década de 80
Em 1980 ingressa no grupo Academia de Danças, de Egberto Gismonti com quem grava os discos Em Família, e o antológico Sanfona pela gravdora ECM. Também realizar turnês pelo mundo com o grupo de Egberto.
Em 1982 depois de uma tournée de 45 concertos na Europa com Egberto Gismonti, decide morar em Paris onde toca com os maiores nomes do Jazz francês, Claude Nougaro entre outros. Lança seu primeiro disco como baterista, compositor e arranjador, Bugre em 1983, que ficou entre os dez melhores do ano pelo ranking da revista francesa “Jazz Hot”. Abre-se assim um novo espaço para a divulgação e solidificação de seu nome.
Nenê em uma das tournées pela Europa. Seguem-se anos de muita produção e concertos. Em 1984 grava seu segundo álbum, Ponto dos Músicos, e logo em seguida Minuano de 1985 em meio a tournées na Europa com Egberto Gismonti, Bob Moses e Kenny Wheeler. Em 1986 volta temporariamente ao Brasil e integra o grupo “Pau Brasil” como baterista, compositor e arranjador.
Uma das formações do Pau Brasil com (esq-dir) Teco Cardoso, Rodolfo Stroeter, Nenê, Lelo Nazário e Paulo Belinatti.
Em 1987, de novo na França, é convidado a compor músicas e arranjos para a Orquestra Nacional de Jazz da Dinamarca, com concerto ao vivo e transmissão direta pela rádio.
Em 1988 escreve e publica um método para bateria e percussão “Brazilian Rhythms by Nenê” editado pela Zurfluh-Paris. Continua realizando tournées na Europa com Egberto Gismonti, Charlie Haden e Michel Portal, além de um novo disco com o grupo Pau Brasil.
Década de 90
Em 1990 toca e grava no Japão com o pianista Takashi Kako além de concertos com o grupo de Steve Lacy.
Participa em 1992 do festival de música de Zurique ao lado de Paulo Moura. Dentro da comemoração dos 500 anos da descoberta da América, escreve e toca com o “Pau Brasil” a Ópera dos Quinhentos Anos, de Naum Alves de Souza no Teatro Municipal de São Paulo.
Em uma formação inédita de trio, convida Hermeto Paschoal ao piano e Arismar do Espírito Santo como baixista, em 1993, para 40 concertos na Europa. Em seguida se apresenta também com Hermeto e o acordeonista francês Richard Galliano.
Hermeto Pascoal, Arismar dos Espírito Santo e Nenê (esq.)
Em 1995 volta a morar no Brasil, onde forma o grupo Nenê & Four de Ases fazendo diversos shows pelo Brasil. Com este grupo mais o saxofonista Vinícius Dorin, Nenê grava mais dois álbuns Suíte Curral Del Rey (1997) e Porto dos Casais (1998).
O Século XXI
O álbum Suíte Curral Del Rey é indicado para o Grammy na categoria Best Latin Jazz Album.
Em 2001 forma o Nenê Trio, com dois jovens talentos: Guilherme Ribeiro ao piano, e Alberto Luccas no contrabaixo acústico, com os quais lança o primeiro álbum desta formação Caminho Novo, com músicas dedicadas à cidades (Belzonte, Santiago), bairros (Padre Miguel) e pessoas (Ariel, Benvinda)
Em 2002 escreve o livro Ritmos do Brasil
Em 2003 se apresenta com seu grupo e participa de diversos concertos com importantes músicos como Vinicius Dorin, workshop com Robertinho Silva, Roberto Menescal, Márcia Tauil , Eduardo Gudin, Paulo César Pinheiro e Paulinho Nogueira, além de uma tournée européia com Alegre Correa All Stars na Suíça e Áustria.
Em 2004 grava o álbum Ogã em que constam apenas composições e arranjos seus, com a participação especial de Vinicius Dorin. Grava também neste ano o álbum Meu tempo em que constam dez dez composições e arranjos seus interpretados pela cantora Zezé Freitas.
Em 2006 é convidado a participação no CD Strings Project de Jean Yves Candela em Paris, França
Em 2007 grava o álbum Sudeste com o Nenê Trio também apenas com composições e arranjos seus, o que se torna uma tônica em seu trabalho.
Uma das formações do Nenê Trio com Alberto Luccas (no alto) e Moisés Alves
Em 2008, convida o pianista Írio Jr., para integrar seu trio, que juntamente com o baixista Alberto Luccas, compõe a formação atual. Gravam o álbum Mudando de Rumo com o Nenê Trio, ainda não lançado, o que deve acontecer ainda em 2009 através do selo Borandá.
Lança o Método A Bateria Brasileira no Século XXI (Independente) e ministra aulas de Prática de Conjunto e bateria na ULM e na Universidade Souza Lima.
Em Abril de 2009 grava o álbum Outono com o Nenê Trio pelo selo Borandá. Em maio, é convidado para workshops de bateria e apresentações em Paris, no festival Migractions.
- Confiram a Música Outono - Nene Trio.
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