domingo, 7 de agosto de 2011

Kiko Freitas - O "batera das mãos mágicas"

Kiko Freitas


Kiko Freitas teve a música e outras artes como partes importantes de sua vida desde a infância.
O início de meu contato com a música foi muito natural, ouvindo minha mãe cantar. E tocando junto com meu pai, com a idade de quatro anos. Meu pai, Telmo de Lima Freitas, é compositor de música regional gaúcha e multi-instrumentista. Minha avó, além de grande poetisa, cantava muito bem. Mas acredito que o ser humano, ainda no ventre materno, inicia sua musicalização ao ouvir o pulso rítmico do coração materno.

Suas lembranças musicais mais antigas são muitas e com referências diversas. Meus avós e minha mãe são grande referência nas letras sul-rio-grandenses como fundadores da Estância da Poesia Crioula, entidade da qual minha mãe é a atual presidente. Em casa, havia rodas de poesia, canto e, naturalmente, ensaios do grupo de meu pai, Telmo de Lima Freitas. Toda essa atmosfera foi importantíssima para criar o terreno ideal onde a semente da arte pôde germinar.

Kiko já contou que começou a tocar aos quatro anos de idade, com o pai. O início formal como músico aconteceu aos 16 anos quando foi estudar na escola da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Além da escola da OSPA, estudei bateria com Argus Montenegro, com Dave Weckl, em Los Angeles, e com Changuito, em Havana.

Kiko destaca a utilização de três métodos em sua formação. Comecei estudando os livros de Bohumil Med (n.e. : Bohumil Med é autor de três métodos para músicos: Ritmo, Solfejo e Teoria da Música, todos publicados pela editora Musimed), na OSPA. Depois estudei o livro de Gene Kruppa (Gene Kruppa Drum Method, Ed. Alfred) e o livro de Gary Chester, The New Breed (Ed. Hal Leonard).

De tudo o que aprendeu, a comunhão com a música foi o mais importante.

Sobre o autodidatismo em sua formação, Kiko diz que aprendeu sozinho quase toda a técnica de bateria. Penso que sempre se aprende sozinho, mesmo aquilo que nos é ensinado por um professor pois, segundo Huberto Rohden, ninguém pode educar alguém; alguém só pode educar-se a si mesmo.

Nessa educação por si mesmo, Kiko reconhece que houve participações fundamentais. Primeiro, Argus Montenegro que, mesmo sem me ensinar técnica, me despertou a grande paixão pela bateria. Dave Weckl me abriu os caminhos para uma nova visão sobre a arte de tocar bateria. Nico Assumpção foi muito importante na minha trajetória musical, assim como todos os grandes músicos com os quais tive e tenho o imenso prazer de tocar.

Kiko faz questão de citar alguns desses músicos com quem tocou ou toca. Sem dúvida, a associação com o maestro Paulo Dorfmann foi o início de muito aprendizado. Depois, cito Nico Assumpção, Michel Legrand, João Bosco, NDR Big Band (Hamburgo), Frank Gambale, Jeff Andrews, Jeff Richman, Gonzalo Rubalcaba, Ivan Lins, Francis Hime, Olívia Hime, Fátima Guedes, Nivaldo Ornelas, Nelson Faria, Ney Conceição, Carlos Malta, Ricardo Silveira, Renato Borghetti, Leila Pinheiro, David Goldblatt, Luiz Avellar, Edsel Gomes, Felipe Lamoglia, Aca Seca Trio, o Quarteto com Júlio Herrlein e muitos outros. Aprendi muito com todos eles sobre a grande arte de se tocar em conjunto, sempre ouvindo e respeitando os outros músicos do grupo.
  • Fiquem com a Música de João Bosco Linha de Passe, com um incrível performance de Kiko Freitas e toda Banda.

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